Hamilton comenta condenação de Piquet por racismo

O piloto de F1, Lewis Hamilton, reconheceu o trabalho da justiça brasileira por condenar o ex-piloto, Nelson Piquet, a pagar R$ 5 milhões de indenização por danos morais a entidades de combate ao racismo e à LGBTfobia, após falas racistas e homofóbicas ditas por Piquet em uma entrevista realizada em 2021 para o canal Motorsports Talk.

Em um pronunciamento, Hamilton afirmou: “Bem, quando aconteceu, fiz comentários sobre isso. Acho que ainda acredito que geralmente não devemos dar uma plataforma às pessoas que estão cheias de ódio. Gostaria de reconhecer o governo do Brasil, acho incrível o que eles fizeram ao responsabilizar alguém, mostrando às pessoas que isso não é tolerado”.

Não é a primeira vez que Nelson Piquet comete crimes dessa natureza. Ele também recebeu uma série de multas por declarações racistas e homofóbicas que vem proferindo desde 2016.

A secretária Nacional da NSB, Valneide Nascimento, destacou a importância de condenações como essa para desencorajar esse comportamento racista, principalmente em conteúdos que são divulgados para o grande público. Ela também destacou a importância da pressão social para que Piquet fosse responsabilizado judicialmente.

“Felizmente, com a pressão dos movimentos sociais, conseguimos que este caso não ficasse ‘por isso mesmo’. E estaremos sempre atentos para que todo o racismo seja condenado, porque não é bizarro que as pessoas ainda se sintam confortáveis em ser racistas e LGBTfóbicas. Uma pessoa que teve todas as chances de estudar, se informar e evoluir, como ele – sabendo que é referência para milhares de fãs do esporte – não pode ficar impune”, comentou ela.

Histórico ruim

Um dos maiores ídolos do país, Ayrton Senna, também foi vítima do preconceito do ex-piloto condenado. Sem nenhum contexto, Piquet fez comentários sobre a sexualidade do recordista mundial e incitou os jornalistas a perguntarem a Senna “por que é que ele não gosta de mulher?”.